Na política tudo que é feito por determinado candidato serve como "Instrumento de Campanhã" em a favor ou contra determinado candidato.Segue o texto na integra em o "Serra" comentou em seu blog a respeito do "Lula" em a "Carta ao Povo Brasileiro" em junho de 2002:
Existe o mundo das palavras e existe o mundo das coisas.Nunca coincidem perfeitamente, pois as palavras se referem à experiência, mas não são elas próprias aquilo que experimentamos. Parte da angústia humana, e também da beleza de viver, decorre do esforço que fazemos com as palavras para que exprimam, com a menor perda possível, aquilo que vivemos e sentimos.
É certo, no entanto, que o mundo das palavras não existe para trair o das coisas. Na política, o desejável é que o discurso e a vida estejam muito próximos. Ainda que essa atividade compreenda também a dimensão da utopia, dos desejos, do “dever ser”, os amanhãs sorridentes com os quais os políticos costumam acenar não podem ser apenas instrumentos para o engodo e a trapaça.
Olhemos o Brasil. É chegada a hora de usar as palavras certas e ajustá-las à realidade. A partir do parágrafo seguinte, entre aspas, vou exercitar um manifesto que, a meu ver, deve ser palavra encarnada.
“O Brasil quer mudar.Mudar para crescer, incluir, pacificar.Mudar para conquistar o desenvolvimento econômico que hoje não temos e a justiça social que tanto almejamos.Há em nosso país uma poderosa vontade popular de encerrar o atual ciclo econômico e político. Se,em algum momento, o atual modelo conseguiu despertar esperanças de progresso econômico e social, hoje a decepção com os seus resultados é enorme. O povo brasileiro faz o balanço e verifica que as promessas fundamentais foram descumpridas, e as esperanças, frustradas.
“Nosso povo constata com pesar e indignação que a economia não cresceu e está muito mais vulnerável, a soberania do país ficou em grande parte comprometida, a corrupção continua alta, e, principalmente, a crise social e a insegurança tornaram-se assustadoras. O sentimento predominante em todas as classes e em todas as regiões é o de que o atual modelo esgotou-se. Por isso, o país não pode insistir nesse caminho, sob pena de ficar numa estagnação crônica ou até mesmo de sofrer, mais cedo ou mais tarde, um colapso econômico, social e moral.O mais importante, no entanto, é que essa percepção aguda do fracasso do atual modelo não está conduzindo ao desânimo, ao negativismo nem ao protesto destrutivo.
“A sociedade está convencida de que o Brasil continua vulnerável e de que a verdadeira estabilidade precisa ser construída por meio de corajosas e cuidadosas mudanças que os responsáveis pelo atual modelo não querem absolutamente fazer.
“O povo brasileiro quer abrir o caminho de combinar o incremento da atividade econômica com políticas sociais consistentes e criativas. O caminho das reformas estruturais que de fato democratizem e modernizem o país, tornando-o mais justo, eficiente e, ao mesmo tempo, mais competitivo no mercado internacional.
” Que segurança o governo tem oferecido à sociedade brasileira? Tentou aproveitar-se da crise para ganhar alguns votos e, mais uma vez, desqualificar as oposições, num momento em que é necessário ter tranquilidade e compromisso com o Brasil. Como todos os brasileiros, quero a verdade completa. Acredito que o atual governo colocou o país novamente em um impasse.
“Estamos conscientes da gravidade da crise econômica. Poderemos recuperar a capacidade de investimento público tão importante para alavancar o crescimento econômico. Esse é o melhor caminho para que o país recupere a liberdade de sua política econômica orientada para o desenvolvimento sustentável.
“A volta do crescimento é o único remédio para impedir que se perpetue um círculo vicioso entre metas de inflação baixas, juro alto, oscilação cambial brusca e aumento da dívida pública. O atual governo estabeleceu um equilíbrio fiscal precário no país, criando dificuldades para a retomada do crescimento. Com a ausência de políticas industriais de estímulo à capacidade produtiva, o governo não trabalhou como podia para aumentar a competitividade da economia. O Brasil precisa navegar no mar aberto do desenvolvimento econômico e social.”
O que vocês leram até aqui, estou certo, lhes pareceu bom. Mas tudo o que vai acima entre aspas, a partir do terceiro parágrafo, não foi escrito por mim, não. São frases da “Carta ao Povo Brasileiro”, assinada pelo então candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em junho de 2002. Disputamos o segundo turno. Fui derrotado. Ganhar e perder eleições são uma rotina na vida de políticos. Grave, nestes quase 11 anos, é a derrota do Brasil.
Com a Carta, os petistas pretenderam demonstrar que haviam aprendido a ser também moderados.. Há pelo menos um “conservadorismo virtuoso”, que consiste em preservar as instituições democráticas. Esse, o PT desprezou. E há o mau, aquele que nasce da falta de imaginação e da inépcia. O partido andou em círculos, percorrendo a mais longa distância entre dois pontos. Mas em certos casos o pais foi até além, entrando numa espiral negativa, estacionando mais embaixo. Dá arrepio pensar na adversidade da herança que o terceiro governo petista deixará ao Brasil.
Na política, as palavras e as coisas, como em toda experiência humana, jamais coincidirão. Sempre restarão o espaço da imaginação e o saudável esforço para alargar as fronteiras conhecidas do possível. O que é inaceitável, aí sim, é o uso da palavra como instrumento de engodo e de trapaça. Releiam os trechos da carta petista e olhem o Brasil. O PT usou o universo das palavras para trair o universo das coisas. Usou a política para trair a esperança e a esperança para rebaixar a política. É o que nos mostra o confronto do mundo das palavras com o mundo das coisas. Fonte e Reprodução: Blog do Serra.
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